Agora vamos entrar numa parte da conversa com assuntos delicados, que tentarei tratar de forma mais informal o possível já que para muitos é a primeira vez que terão o contato.
Muitos adolescentes fazem pesquisas informais e talvez já conheçam um pouco sobre o tema da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV) e a PEP (Profilaxia Pós-Exposição). Vamos conversar hoje sobre a primeira.
A PrEP é o uso preventivo de medicamentos ANTES da exposição ao vírus do HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com o vírus. Ela deve ser utilizada se quem toma considera alto o risco de adquirir o HIV em suas relações sexuais.
Atualmente no Brasil a PrEP não é fornecida gratuitamente pelo SUS a adolescentes, mesmo que existam estudos da OMS (desde 2018) e nacionais (desde 2019) que percebem a grande importância deste grupo também ter acesso a esse medicamento. Ou seja: caso um menor de idade queria fazer uso, precisa, além de autorização dos pais, fazer uma consulta com um médico que perceba que o/a jovem tenha relações sexuais de risco e comprar o medicamento (vendido sob prescrição médica).
Mas este é o caminho escolhido pelo adolescente que tem abertura para conversar sobre sexo dentro de casa. E o que não tem? Muitos deles podem recorrer aos amigos que já são maiores de idade e fazem uso e ter acesso fácil ao medicamento (porém tomando sem conversar com um profissional da saúde). Pior ainda: ele/a pode confundir a PrEP com a PEP, ter tido uma relação sexual de risco e tomar a PrEP achando que estará protegido/a.
Por isso, reforço a importância da abertura de diálogo. É essencial que o/a responsável dê ferramentas para que o adolescente se proteja. Além disso, durante a conversa eles podem entender se o/a adolescente realmente está tendo relações sexuais de risco, se é uma fobia que está sendo desenvolvida e podem conversar sobre as desvantagens (como ter de tomar o medicamento todos os dias, sem interrupções; efeitos colaterais) e reforçar que é um medicamente que diminui o risco de infecção do HIV, mas não das outras ISTs (sífilis, hepatite, HPV etc).
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